Cara a cara com o diabo
Sobrevivendo numa selva de hipocrisia.
Peço misericódia em preces
Dentro de um possível inferno!
Ao redor, apenas mediocridade,
E o poder de fogo do silêncio
Capaz de calar corações;
Vidas inermes
Como vermes
Imersos em nossos infernos astrais...
E a fragrância da inexistência
Toma conta dos meus pés;
Canto minhas canções
Para ninguém ouvir.
Na minha igreja sem fiéis
Contam as antigas histórias
O esquecimento, o labor
Andam de mãos dadas
Com o sofrimento e o amor...
Hora há tesão
Hora apenas intensão;
E o que dos réquiens dizer
Que faz cantarolar meu ser em completa abstração?
Apenas a solidão
De uma calada poesia
Refletindo em eterna sofreguidão
Um poeta em agonia.
Tragam de volta
A música, a fragrância
E o saber eterno.
Pois enquanto poesia e rotina
Viverem em discórdia
As estrelas só entregarão
O abraço da angústia;
Da vida: o caminho
Ainda que bloqueados por gárgulas e espinhos.
E só o que vê o poeta
É a cor avermelhada das rosas
E atento em suas prosas
Não percebe a chegada de sua hora.
Se é que tempo ainda há
Se é que tal canção já se ouviu
Se é que já nasceu
Ou que tal poeta existiu...
20/10/2004 20:19
Pedro Alves & George Wandega
terça-feira, 9 de outubro de 2007
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