terça-feira, 6 de novembro de 2007

Desabafo

Perdido em meus pensamentos
Não consigo me achar
Vivo me esquecendo
Posto a deixar rolar

Aí eu me pergunto
Acho que não tem explicação
Porque que quando eu me esqueço
A vida passa a ter emoção

É tudo tão subjetivo
É tudo tão abstrato
Mas é assim que eu vivo
É tudo o que eu faço

As vezes não percebo onde estou
Não consigo me achar
Não sei o que está acontecendo
Será que eu vou me lembrar?

As vezes não sei o por quê
Porque eu insisto nisso
Se eu não sei explicar
Tudo o que eu penso, o que sinto

É tudo tão subjetivo
É tudo tão abstrato
Mas é assim que eu vivo
É tudo o que eu faço

05/11/007 12:20

Desejo

No meu sorriso
Esconde a dor de uma saudade
E enquanto isso
Incerteza passa a ser realidade

Nos olhos de luar
Derramam-se lágrimas de prata -
Invisíveis -. Para quem não chamar
Ela não será mostrada

Em noites longas
Quem me tirará da festa
Sabendo que não é lá que eu quero estar
E me beijará a testa?

Sonho ter um sonho para sonhar
Peço um pedido para se realizar
Quem cuidará de minha total entrega?

04/11/007 22:27

De mim para mim

Da minha falta
Da minha regra
Do meu melífluo
Do meu tenebroso

Da minha praga
Da minha réstia
Do meu abrigo
Do meu carinhoso

Desce corredeira
Sente calafrio
Mente traiçoeira
Acende pavio
Nasce dualidade
Vem repetição
Quebra em aperte
Tem Contradição

Da minha finta
Da minha flana
Do meu desnível
Do meu tenebroso

Da minha fita
Da minha trama
Do meu ilegível
Do meu Carinhoso

Desce corredeira
Sente calafrio
Mente traiçoeira
Acende pavio
Nasce dualidade
Vem repetição
Quebra em aperte
Tem Contradição

sábado, 20 de outubro de 2007

Texto para minha alma

Nunca me vi tão livre como me vejo agora. Nunca me vi tão humano, demasiado humano. Tenho em mãos uma confiança, uma liberdade e uma auto-afirmação inxtirpável para falar isso de mim.

20 anos de luta, de solidão, de pesquisas, de imtrospecção, de desejos passionais e vontade para tornar isso que sou hoje.

E o que sou hoje?

Apenas um ser humano que necessita realizar determinadas ações para me sentir da maneira desejada. Procuro trabalho para me sentir realizado e manter as conversas com a minha mente pelo menos amigáveis. Procuro ter meus momentos de solidão para me sentir mais como indivíduo. Procuro sonhar - ainda que mantendo os pés nos chão - para enxergar o meu presente de uma forma otimista.

Tudo isso me torna humano. Doma o Animal e humilha o Deus que vivem dentro de mim (isso se chama humildade como nós a conhecemos hoje). Necessito de componentes, ingredientes para causar efeito. Isso é magia que necessita de um ritual.

Os sábios se prendem à sabedoria, os filósofos e cientistas ao conhecimento, os Deuses ao próprio mundo e somentes os humanos encontram-se irresponsáveis de causa e efeito, ainda que seja uma condição para sua existência.

Grito em meu coração. Por alguns segundos não estou em castelo onírico e logo depois me escondo seguindo meus instintos sem ponderações.

15/10 22:00


"Liberdade, liberdade... 'não' amada! - Estar entregue aos instintos em tempos como os atuais, é uma fatalidade a mais. Esses instintos se contradizem, estorvam-se e se destroem entre si. A definição do moderno me parece estar em contradição fisiológica consigo mesmo. A educação exigiria que mediante em freio de ferro ficasse paralizada ao menos uma dessas forças de instintos para permitir ao outro manifestar sua força, fazer-se vigoroso, erigir-se amo. Hoje não se pode tornar o indivíduo possível a não ser circunscrevendo-o. Quando digo posível quero dizer completo. E se faz contrário a aspiração a independência, ao livre desenvolvimento, ao laisses aller, é mais ardente precisamente naqueles aos quais seria pouco qualquer freio, por mais severo que fosse. Isto é verdade na arte.... Nosso conceito de liberdade é mais uma prova da degeneração dos instintos."

Friedrich Wilhelm Nietzsche

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Sentir ou não sentir. Eis a questão!

Amor para mim é uma semente. Quando bem cuidada gera frutos nos corações onde foi plantada.

Hoje não falarei da semente, mas sim do fruto. No meu caração o amor gera inspiração. A arte de amar gera inspiração na minha vida.

Um poeta, um escritor ou qualquer outro artista não existe, não causa efeito, se não tiver este fruto.

O desejo de toda semente é que ela germine.
O desejo de todo fruto é amadurecer.

Constantemente necessito plantar sementes.
Constantemente necessito cuidar das plantas que ainda não deram frutos.
Constantemente necessito observar as as árvores frutíferas para que possam amadurecer.

10/10/2007 10:21
Pedro Alves

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Quem eu sou?

Eu sou a escória de toda a humanidade
Sou a dúvida que caminha ao lado da amizade.
Sou a maldição rogada por Deus
Para a raça que provou do fruto proibido.
Sou o diabinho sussurrandoTravessuras em teu ouvido.
Sou o alívio de uma ação descondicionada
E o desespero de uma atitude errada,
Enfim... a dor de uma pesada ação
E a pureza dentro do meu coração.
Sou a solidão lhe empurrando para um abismo
Sou eterno, real e infinito
Sou o sangue que escorre de um penitente
Sou um pensamento no inconsciente
Sou a raiva, a depressão e o amor
Sou o preto: a ausência de cor
Sou o cão se 3 cabeças que guarda a porta do inferno
Sou a avareza contida nos homens de terno
Sou o comodismo dos trabalhadores pobres
E a vaidade existente nos antigos nobres
Sou a dança em volta da fogueira
Sou o vinho, o licor e a bebedeira
Sou isso... mais um cigarro
Mais 5 minutos desperdiçados
Sou as palavras de um poeta triste
A prisão de um pássaro em troca de alpiste
Sou a vergonha cravada em minha face
Sou a morte rápida... mas suave
Do paraíso também fui banido
Eu sou... o instinto!

09/03/2004
Pedro Alves

Canção para ninguém ouvir

Cara a cara com o diabo
Sobrevivendo numa selva de hipocrisia.
Peço misericódia em preces
Dentro de um possível inferno!

Ao redor, apenas mediocridade,
E o poder de fogo do silêncio
Capaz de calar corações;
Vidas inermes
Como vermes
Imersos em nossos infernos astrais...

E a fragrância da inexistência
Toma conta dos meus pés;
Canto minhas canções
Para ninguém ouvir.

Na minha igreja sem fiéis
Contam as antigas histórias
O esquecimento, o labor
Andam de mãos dadas
Com o sofrimento e o amor...


Hora há tesão
Hora apenas intensão;
E o que dos réquiens dizer
Que faz cantarolar meu ser em completa abstração?
Apenas a solidão
De uma calada poesia
Refletindo em eterna sofreguidão
Um poeta em agonia.

Tragam de volta
A música, a fragrância
E o saber eterno.

Pois enquanto poesia e rotina
Viverem em discórdia
As estrelas só entregarão
O abraço da angústia;

Da vida: o caminho
Ainda que bloqueados por gárgulas e espinhos.
E só o que vê o poeta
É a cor avermelhada das rosas
E atento em suas prosas
Não percebe a chegada de sua hora.

Se é que tempo ainda há
Se é que tal canção já se ouviu
Se é que já nasceu
Ou que tal poeta existiu...

20/10/2004 20:19
Pedro Alves & George Wandega

Ame ferinamente triste!

Agite antes de ler.

Se beber, escreva.

Não durma depois de sonhar
E exume tudo em uma semana.

Se for ler: interprete.

Se beber: aprecie.

Se sentir: expresse.

Mas se escrever meu amigo: recite

Se for com amor: divida.

Se for com raiva: desculpe

Se for triste: alegre-se

Mas se for de momento querida:
Ame, enraiveça.
entristeça,
Mas esqueça...

21/11/2004 20:17
Pedro Alves

A esperança nem sempre é a última que morre

A honra foi morta por uma arma de fogo.
Violentada pela corvadia de um homem.

O amor não sobreviveu após tanto sofrimento.
Ele não sabe escolher seus parceiros.

A felicidade também entrou neste jogo.
Vítima da depressão e da loucura
Que a muito consome.

A coragem definhou
Tentando salvar um companheiro.
Mas a liberdade não se salvou de sua destruição.

A bondade se ofereceu
Para morrer no lugar da humanidade
Que também foi morta pela mentira.
A mesma deinhou nas mãos da traição
E a própria morte se encarregou do mal.

O medo caiu de susto,
E nunca mais se levantou.
O desejo quis a morte,
E a alcançou...

A paz morreu nesta guerra
E a esperança caiu de joelhos
Sem poder dar ao menos,
seu último suspiro.

Agora a morte procura
A única sobrevivente:
A solidão...

25/03/2005 20:17
Pedro Alves

Fumo Angelical

Era uma vez um lugar
Chamado lugar nenhum.
Onde rosas murchavam
Sem motivo algum.
Onde todos andavam sem destino
e todo homem guardava
a pureza de um menino.


A virtude era um prato raro.
e mesmo assim,
Seu valor, quase zero, era muito barato.


A catedral batia o sino a cada morte
Um clérigo a pede a um anjo
E este lhe oferece um trago,
Um vício, um desejo
De mais um cigarro.


Porque o tempo não existe
Os dias, as horas... só mais um fetiche
A virtude, um prato perfeito
Algo concreto, quiçá, um defeito.


Aí, ô anjo, manda mais um trago
Antes que este lugar me torne mais amargo.
Pois coragem, honestidade
Nada vale sem astúcia.
A solidão canta uma canção
Que retira minha argúcia
E o que dizer de minha angústia...


Me alegro tocando um banjo,
Se nem o tempo é eterno
Quanto mais a satisfação de um desejo.
Desce mais um trago meu anjo...

17/06/2005 18:20
Pedro Alves & George Wandega

Glamour

Declaro alheio
Pensamentos tortos,
Mente vazio,
Corpo cheio,
Um astral mórbido

Sentimento não racionalizado
Pois nem tudo precisa de explicação
Um grito num giro estouvado
Era o sonho destroçado
A razão também traz a banalização

Mágicos, profetas,
Palhaços.
Sorrisos, festas,
Aplausos.
Picaretas

Petróleo, carro,
Mansão
No fim da noite
Ligamos a televisão
Carreira, eleição,
Globalização...

Perdi o sonho
Esvaiu-se a cor
Banalizaram tudo
"Alguém aqui
ouviu falar em amor?"

27/12/05 11:37
Pedro Alves

Vazio

Cores desmotivadas
não fazem um belo quadro

Só armas modernas
não fazem de homem soldado

Não suporto a idéia
de que tudo está errado

Guardo um vazio, uma nênia
pois sei que está faltando algo

Foi-se a época de contar no céu
estrelas cadentes

A nostalgia me faz parecer
que o passado foi mais contente

Agora é só a certeza de que
algo está faltando:

Um trovão, um herói,
um veneno, um relâmpago!

24/03/2006 20:33
Pedro Alves

Canto para meu futuro

Hei de passar por toda a rotina do cotidiado
Todo o stress urbano
Com um sentimento inexplicável
Invisível, inaudível e portanto inefável.

Hei de aprender o sentido da racionalidade
Toda a conceitualidade
E quem sabe dominar este amor inestimável
Puro, dócil, mas em mim inexorável

Hei de planejar um futuro
Por mais que me digam ser absurdo
Visto que em mim isso é inevitável
É minha alma, é meu presente, é inegável

Hei, sim, de me justificar
Enquanto idiotice for sinônimo de sonhar
Isso para mim é inextricável
Um enigma, uma nênia, algo inextirpável

Hei de viver a minha história
De seguir a minha rota
Por mais que ela seja inenarrável
Isso é amor, é vida, é inelutável...

23/08/2007 20:27

Pedro Alves

Texto para me libertar!

A solidão é um investimento que pode trazer lucros incalculáveis. Mas também é um risco que corremos no presente.

Compreensão de si mesmo é a tradução deste lucro. Mas isso é um estágio avançado.

A 1ª instância, o que se adquire é a percepção de uma fase individual. E quando a existencia de um individualismo é notada - vale ressaltar que notar a solidão abrange também senti-la - é comum que ocorra um leve desespero.

Nesta fase perceptiva da solidão ocorre um efeito bola de neve no emocional do indivíduo. Elas ganham vida e saem do inconsciente querendo expandir seus territórios. Vale dizer que ainda não são emoções puras, pelo contrário, por residirem no Abismo do inconsciente elas são imaturas e não se importam com a lei de causa e efeito.

Compreender essas emoções, alimenta-las, educa-las e até trata-las com cordialidade ajudará muito para torna-las puras e galgar o passo seguinte.

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Até aqui a solidão abriu os portais do inconsciente permitindo que as emoções saissem de vez, como um maremoto. O ideal seria permitir a passagem dela aos poucos, mas a natureza não possui uma regra que funcione em todos os reinos. Portanto depois de avaliados os estragos, reconstruidas as casas e repovoando os desabrigados vem a 2ª catástrofe de ordem Iniciática.

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Nesta segunda instância é o momento para filtrar e separar a emoções. Separar o joio do trigo num jargão popular. Depois de colhido é hora de usa-lo para seus devidos fins, canalizar e direcionar os pensamentos para os objetivos que desejarem.

E como verão adiante somente as emoções que preveram este segundo estágio terão onde se esconder e sobreviver a ele.

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Nesta fase de ação a mente terá uma velocidade incrível sendo capaz de apontar soluções e/ou problemas - nem sempre com uma ordem lógica - com maior objetividade, clareza e espontaneidade.

Será como um furacão. Caso o solitário não se esconda rapidamente embaixo da terra esses pensamentos o levarão sabe-se lá para onde.

Logo após a passagem ferina da mente deve-se sair e recolher o que se manteve intacto. Pois as emoções e as idéias que sobreviveram, já estando educadas, são os lucros palpáveis e garantidos que a solidão tem a oferecer.

Os riscos são: ferir-se, perder-se ou se conformar em algum momento das Iniciações. Mas esses desafios são necessários - ainda que cansativos e dolorosos - e mesmo que não se esteja ciente deles, vale a pena apostar no que a solidão tem a lhes oferecer.

07/10/2007 21:37
Pedro Alves

sábado, 6 de outubro de 2007

Dia inútil

Têm horas em que parece que tudo pára.
Até o relógio.
É quando os advérbios de negação paracem ser a única verdade existente.

A Terra não gira.
A noite não chega.
As ilusões saem das brumas.

O chão desaparece
e até a esperança entristece.
O sol nasce por nascer.
O coração bate por bater.

É quando o tic-tac não revela nenhum compromisso.
Só a sensação de que a razão da vida desvaneceu.
Têm dias que não estão no calendário.
Não são dias úteis
E nem feriados.

21/06/2007 14:01
Paro em nuvens frias
Sem um copo, sem um cigarro.
Mendigando ou estuprando um abraço.


Procuro em noites longas,
Mudas, caóticas e estáticas
Algo que me traga insônia
Algo que me dê emoção.


Caminho em dias firmes
E isso é intransitivo...

17/12/2006 10:47

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

sem título.

Eu estou em eterna luta comigo mesmo.
Não compreendo meus pensamentos
E morro pelo meus desejos.
Quão doce é a vida fútil?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O meu joio já está separado? A minha voz do silêncio já foi ouvida? São as minhas dúvidas contínuas de um ser individualizado. Um anti-herói que só quer viver despreocupado de uma incostância absoluta. Que me fere! Me agride! E não consegue viver comigo sem rancores.
O que é necessário para separar o meu do alheio? Como não projetar nos outros uma imagem minha?
Convivo com estas quedas, esses solavancos que me fazem voltar a um tempo e um espaço que me deixa impotente. A razão que eu tanto busco é inexistente nas minhas projeçôes que eu crio nos outros.
Rapidamente me cativo. Assim sem ritos e sem o tempo necessário para que isso ocorra. Uma ilusão outrora doce, outrora amarga.
Pessoas já não são bem vindas. As portas agora estão fechadas por causa dos assaltos e dos abusos de privacidade. É o meu território que está em jogo.
A realidade (a alheia realidade) tornou-se um logogrifo para mim. Já não entendo. Não me vejo nesse campeonato. E pela 1ª vez não consigo prever o meu futuro...
27/09/2007 18:19

domingo, 23 de setembro de 2007

Trecho do livro O Pequeno Príncipe.

"... E foi então que apareceu a rapôsa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu o príncipezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira. . .
- Quem és tu? perguntou o príncipezinho. Tu és bem bonita. . .
- Sou uma rapôsa, disse a rapôsa.
- Vem brincar comigo, propôs o príncipezinho. Estou tão triste. . .
- Eu não posso brincar contigo, disse a rapôsa. Não me cativaram ainda.
- Ah ! desculpa, disse o príncipezinho.
Após uma reflexão acrescentou:
- Que quer dizer "cativar" ?
- Tu não és daqui, disse a rapôsa. Que procuras ?
- Procuro os homens, disse o príncipezinho. Que quer dizer "cativar" ?
- Os homens, disse a rapôsa, têm fuzis e caçam. è bem incômodo ! Criam galinhas também . É a única coisa interessante que eles fazem . Tu procuras galinhas ?
- Não, disse o príncipezinho . Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a rapôsa. Significa "criar laços . . ."
- Criar laços?
- Exatamante, disse a rapôsa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil de garotos. E eu não tenho necesseidade de ti. E tu não tem necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma rapôsa igual a cem mil outras rapôsas. Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo. . .
- Começo a compreender, disse o príncipezinho. Existe uma flor. . . eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a rapôsa. Vê-se tanta coisa na Terra. . .
- Oh ! não foi na Terra, disse o príncipezinho.
A rapôsa pareceu intrigada:
- Num outro planeta ?
- Sim .
- Há caçadores nesse planêta ?
- Não.
- Que bom ! E galinhas?
- Também não.
-Nada é perfeito, suspirou a rapôsa .
Mas a rapôsa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Tôdas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conehcerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha ! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste ! Mas tu tens cabelos côr de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo. . .
A rapôsa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
-Por favor. . . cativa-me ! disse ela."




Penso muito neste diálogo entre a rapôsa e o príncipe. Visto que ela chega assim de repente, e já ciente de todas as coisas, pede com toda a veemencia para ser cativada pelo príncipe.
Nesta fase de minha vida, me sinto como uma rapôsa buscando algo que me cative !

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Texto para uma alma

Sempre quis escrever algo que tocasse uma alma. Com isso, iludia-me pensando que tinha de criar algo só meu para assim ter uma obra-prima. Agora basta que eu toque uma alma. Qualquer uma.
Sempre me considerei um público para este grande teatro que é o mindo. Parecia que eu tinha uma grande ânsia em ser ouvido. Mas eu assisto os atores da peça expressando e vivendo seus personagens, sinto-me feliz por ter o que assistir e vejo a felicidade dos atores ao sentirem esse reconhecimento!
Também gosto de subir neste palco e fazer a minha peça. O que mais gosto no "teatro" é estar em cima do palco expressando o meu próprio personagem. Isso é algo muito gratificante.
Tanto faz se a casa está cheia. Pode ter apenas um casal ou um rapaz solitário, atuo sempre com a mesma beleza e gratificação. A alma a ser tocada não precisa ser alheia.
Gosto de estar sempre ensaiando. Os ensaios são tão divertidos quanto a peça que será encenada. Ele permite ter o controle da situação na hora certa, e assim fica mais fácil representar o papel na hora da apresentção.
Tenho uma admiração peculiar por monólogos. Tanto como público, como ator. Isso me torna despreocupado de erros alheios e permite a improvisação com mais liberdade.
Essa é a sensação de tocar uma alma. Um mixto de gratificação e surpresa. Uma recompensa que chega inopinadamente e sem anúncio.
03/09/2007 8:27
pedro henrique alves

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Eu Caminho!

Tenho conflitos que me atormentam de vez em quando. Tenho medo de explicar pois sei que mesmo as pessoas tenham esses conflitos, ou se só eu os tenha, ou se isso não altera, sei que particularmente eles serão só meus.
Talvez não me entenderão ou me julguem infantil, pedante ou prepotente. Ao escrever este texto não sei se deveria explicar certos "conceitos de quem sou" para que o entendam.
Vou somente dizer que não quero julgar ninguém. Neste texto não procuro fazer críticas a conhecidos; amigos e pessoas próximas. Não quero criticar nem mesmo o meu mundo.
Não quero me colocar a candidatura de "sábio", "intelectual", "playboy", "cara-largado" e nem de sinônimos ou eventuais antônimos.
Ah! não preciso dizer que não sou bom nem mau, nem consciente e nem alienado. Portanto vou me limitar a dizer que eu sou eu.
O amor para mim é mais que um sentimento idealizado. É minha própria alma em seu estado mais puro. O amor movimenta meus pés por qualquer caminho e obstáculos da vida.
Quando falo em amor, falo de amor à vida, de amor próprio e de amar a alguém da minha escolha, pois o único amor que não consigo sentir é o amor por todos.
Eu não consigo pensar em amor sem lembrar de confiança. Posso dizer que minha carência (sou dotado de muitas doses) são meus "sapatos desamarrados". E já cai muitas vezes por causa dela. Confiava por que era ingênuo. Criava expectativas porque era a forma de querer ser aceito pelos outros.
Ao descobrir o amor próprio, tive desejos. Ideais talvez adormecidos de ser eu. No mesmo instante em quis ser eu, me descobri sendo eu.
Me descobri com desejos ("próprios, ainda que meio "influênciados"). Talvez faltava a mim respeitar os meus desejos.
Com a conquista de um amor próprio descobri que tinha que alcançar um respeito também próprio. Ao descobrir o meu caminho, vejo o quanto ainda tenho de percorrer. Presumo ser muito pois não vejo um fim, uma linha de chegada ou algo além do horizonte.
Possou sede de conhecimento. Estou deslumbrado com este novo caminho. Não me interessa, pelo menos neste momento em que estou só, qualquer outra coisa que não faça parte de mim e do meu caminho... só quando numa encruzilhada encontro alguém é que tenho contato com outros caminhos.
Aproveito para buscar informações. Mais uma vez tento aprender com meu caminho e agora com essa nova companhia.
Aprendi a me respeitar, e quando sinto im excesso, largo tudo e volto a meu caminho. Não significa que deixarei todos e para sempre. Pois tanto os meus amigos como outras pessoas tornarão a me ver em outras encruzilhadas.
Só sinto que este é o meu caminho, e eu gosto dele.
Até a próxima encruzilhada!
escrito em 07/08/2007 às 16:13

segunda-feira, 9 de julho de 2007

A penitência me persegue como uma forma de convalescer a dualidade existente em meu ser. Porque amo os meus amigos, necessito da companhia alheia e da sensação que produz uma presença humana. Sim eu sou carente, e meu ego personalizado me faz crer que preciso d popularidade, de companhia para então poder enxergar sorrisos, esnobismos qualidades e defeitos humanos; como se não bastessem os meus...
A solidão me empurra para um abismo com promessas de uma paz interior inalcançável, seria o nirvana? A solidão me faz crer que a única presença que necessito é a minha, tornando-me frio e insensível (tornando-me desagradável), ao mesmo tempo que minha empatia e meu carisma me torna agradável (dentro dos limites do possível) aos olhos dos outros.
E é essa dualidade, essa luta entre o ser e não ser que faz pernitenciar-me. Pois sou um pecador, não compreendo a vida... Assim como tenho medo (sim, eu sinto medo, e apesar de ser homem eu também choro) da solidão, mas a desejo, desejo também os meus amigos. Mas o medo de ser menos importante me impede de agir naturalmente. E o sangue que percorre as minhas veias, as lágrimas que escorrem de meus olhos, são os resultados!
Deus me punirá pela minha ingenuidade e pela minha fraqueza. Tudo bem, eu mereço!
Meu amor não possui volúpias, apenas quer sua felicidade. Mas as vezes, a paixão me consome e a desejo com uma ardente volúpia, pois sou homem em carne, osso e desejo.
Meus personagens conscientes e inconscientes me fazem sentir e expressar sensações agradáveis e necessárias. Pois meus sentimentos são tão materiais quanto meu coração. A cada sensação, uma batida em meu peito como uma forma de me alertar que tudo o que sou, está contido nos meus amigos, nos momoentos de solidão, na mulher que amo e atualmente e não pode corresponder a meu desejo outrora puro, outrora carnal, na minha vontade de seguir sonhando e ajudar o próximo a sonhar.
Tudo que sou faz parte do que tenho, e tudo o que tenho me torna o que sou...
Acho que Deus não mais me punirá!